
Tentei fazer do meu jeito.
Caminhar com minhas próprias pernas.
Questionei, não entendi, me fechei, sofri.
Andei muito, as pernas começaram a doer, o corpo ficou fraco, a voz foi sumindo.
Teimosa que sou, fui até onde aguentava.
As idéias ficaram turvas e o sol novamente começou a se esconder.
Antes que ficasse completamente escuro, percebi que ao lado de cada pegada minha tinha uma outra.
Sabia que era Ele.
Ele me estendeu a mão.
Segurei pra não perder o equilíbrio.
Não adiantou.
Sem forças pra continuar caminhando, com a vista embaçada, me apoiei em seu ombro.
Nem assim consegui ficar em pé.
Então, sem coragem de olhá-Lo nos olhos, parei de andar.
Sentei na areia e desisti.
Parei de fugir.
Chorei de vergonha.
Ele veio até a mim, com um olhar de mar, e me pegou no colo.
Senti uma paz que não sei nem explicar.
Repensei toda a minha vida e vi que não havia uma razão sequer pra abandonar tudo.
Respirei fundo e resolvi enfrentar.
Decidi aceitar e viver a minha história, porque foi Ele quem a escreveu pra mim, com toda a sua delicadeza de Pai.
Nunca mais quero caminhar sozinha.
Fica comigo, Senhor.